quarta-feira, 30 de junho de 2010

Qual eh a desculpa da vez? Os Arquivos do Regime Militar

COMO de costume, sempre faco a seguinte pergunta em meus artigos, produzidos com base nas pesquisaS do doutoramento. Onde estao os arquivos do Regime Militar e qual eh a desculpa da vez, se vivemos em um momento dito "democratico", regidos ha muito por um governo de esquerda, ex-operario, que e eh inclusive composto por lideres, ex-guerrilheiros? SERA QUE OS MILITARES QUEREM ESCONDER OU EH A ESQUERDA DEMOCRATICA QUE NAO QUER (RE)VELAR?

Brazil's crucial archives could perish, leaving questions unanswered
By Helena de Moura, CNN
June 28, 2010 -- Updated 0215 GMT (1015 HKT)

(CNN) -- One of South America's largest historical archives -- 35 million pages that chronicle widespread killing, forced disappearances and torture committed by Brazilian military rulers from 1964 to 1985 -- is rotting away in an obscure government building in Brazil's capital.

Carlos Fico, a leading historian of the so-called "lead years" in Brazil, confirmed accounts first reported in the Brazilian newspaper Folha de Sao Paulo about deteriorating conditions at the Brazilian national archives building.

Fico -- who has led an academic commission to study classified documents relating to that era -- said Brazil's government suddenly made a large amount of classified documents available to the public. That resulted in an avalanche of military documents that have now been jammed into every corner of the government archives building, including bathrooms.

As court orders continue to force military jurisdictions throughout Brazil to send in their documents, the building cannot handle the load, Fico told CNN. And, left unattended, the papers are rotting.

"I have been to the building in Brasilia and I can tell you that it was not made for archiving documents," he said. "There are some serious implications in terms of fire threats and the amount of history being stored there in the last eight years."

A press official with Brazil's government said Sunday that President Luiz Lula Inacio da Silva has not responded to the Folha de Sao Paulo report.

Eight years ago, victims' rights groups and academics successfully sued for access to classified documents from the years of military rule in Brazil, a period known for covert military operations against civilians who were deemed subversive to the right-wing military. Many suspects who ran afoul of the military rulers often were punished with torture and many people disappeared.

Artists, journalists and students and members of South America's intelligentsia were often implicated. So were activists and church members. Thousands went "missing" in Brazil and neighboring nations also ruled by military leaders, human rights observers and journalists claim.

The Brazilian archive, growing but perishing rapidly as victims' group seek greater access to information, contains details ranging from Brazil's role in the overthrow of the government of Chilean leader Salvador Allende in 1973, to dealings between the United States government and the Brazilian junta, to the vast spying network on artists and the media, Fico said.

"We already know a lot about U.S. involvement, but the most important part of these documents is regarding the ... repressive activities conducted by the Brazilian military as it collaborated with neighboring countries," said Fico.

The Brazilian archives shed light on the role of Brazil's leadership in collaborating with neighboring military rulers who, according to human rights observers, committed serious human rights abuses against innocent civilians.

"The preservation of these documents is important to our history and is crucial to victims' families who are seeking the truth and some form indemnity for their missing loved ones," said Fico.




LIVRO DE CARLOS FICO

Esta obra traz à tona a real participação dos Estados Unidos durante a ditadura militar no Brasil. Carlos Fico aponta o general brasileiro que era o contato entre o então futuro presidente Castelo Branco e o governo de Washington para a entrega de armas, munições e combustível durante o golpe de 64. O grande irmão relata episódios sombrios, lances de suborno e traz revelações chocantes como a instalação de equipamento de detecção de explosões nucleares, sem o conhecimento do governo brasileiro, em base militar operada pelos EUA secretamente no Brasil.

Editora: Record
ISBN: 9788520008430
Ano: 2008
Edição: 1
Número de páginas: 336

segunda-feira, 28 de junho de 2010

STATE RECORDS: uma forma inteligente de buscar ARQUIVOS PESSOAIS!

















Aqui, nos Estados Unidos, se voce precisa encontrar referencias e informacoes sobre pessoas. Basta ir ao http://www.staterecords.org/

STATE RECORDS um confiável e reconhecido provedor de registros online. Este site permite que você utilize uma rede de múltiplas fontes de dados para localizar os arquivos que você está procurando. Obtenha os dados de milhares de fontes públicas e privadas, de forma rápida e convenientemente, direito de sua tela.

A sua busca fica muito mais rapida se souber o sobrenome e o Estado onde a pessoa reside. Ao encontrar o arquivo desejado, pode pagar com cartao de credito. Com apenas
U$29,95 pode verificar todos os arquivos publicos de uma pessoa.

GENIAL!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ESTUDO DE USUÁRIO E DESIGN: VALE A PENA CONFERIR!




Muitas vezes, acreditamos que os estudos de usuário, sobretudo aqueles direcionados ao desenhos de produtos, são grandes besteiras ou apenas uma enorme perda de tempo. Entretanto, ao ler um pouco sobre o assunto, analisar alguns sites e o nosso próprio cotidiano, passamos a perceber os absurdos dos desenho de alguns produtos...

http://www.baddesigns.com

What is Usability?



The Usability Professionals' Association (UPA) supports people who research, design, and evaluate the user experience of products and services.

The UPA was established in 1991 and continues to be the organization of choice for usability professionals worldwide. The UPA holds a yearly international conference, publishes new findings through both the Journal of Usability Studies (JUS) and through User Experience Magazine, and has 50 chapters around the world. In 2004, the UPA established World Usability Day, which in 2009 was celebrated in over 40 countries.

Click here: http://www.upassoc.org/

DID YOU KNOW?

Fantastic video on the progression of information technology, researched by Karl Fisch, Scott McLeod, and Jeff Brenman, remixed
By the way, I did not create this video! Search on the names above if you want more info - they are responsible.CLICK HERE: www.youtube.com/watch?v=cL9Wu2kWwSY

domingo, 13 de junho de 2010

As Descobertas em F.R. Leavis

Por Shirley Carvalhêdo

Por intermédio do meu avô e sua profissão de educador, aprendi a ler as Sagradas Escrituras em uma tenra idade. Mesmo ciente das minhas limitações de leitora iniciante, pedia-me que lesse para ele os Salmos e elogia-me com vigor. Sua didática, paciência e interesse despertavam em mim o gosto de ler e aprender. Mais tarde, ao estudar Gênesis, percebi o papel da linguagem no processo de criatividade – “Disse Deus:” que usou Sua voz, dicção e som para criar, dividir, estabelecer e ordenar. Nesta ordenação, o ser humano foi criado marcado pela excelência divina, “sua imagem e semelhança”, um ser pensante, falante e leitor: “No princípio era o Verbo, e o verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (Sagradas Escrituras, João I:1;10)

Já a leitura de romances foi-me despertada aos nove anos, quando uma tia presenteou-me com a obra: O Pequeno Príncipe. Nesta época, passei a imaginar antes de dormir que na minha cabeça havia uma grande sala vazia, escura, com um grande telão, no qual eu poderia construir uma história e reproduzir. Nesta construção, misturava elementos captados das histórias lidas com o que vivi durante o dia. Gostava também de fechar o livro e pensar que os personagens estáticos passariam a se mexer, que lá havia um mundo que se movia, que tinha sons, que era real, e que quando eu abrisse a página onde parei, eles voltariam ao silêncio deixando a minha imaginação ser o regente das suas vidas. Entretanto, à medida que a quantidade e a complexidade das leituras foram me invadindo, fui tomada por dois sentimentos em relação à elas: um desconforto quase constante e um conforto como uma exceção, os quais eu nunca parei para pensar o porquê. Apenas vivia e não analisava.

Este sentimento de desconforto constante era, sobretudo, em relação aos romances brasileiros e poesia em geral. As histórias me eram superficiais, carregadas de insensibilidades, estéreis de significados. Presas excessivamente em uma descrição contextual. Nos vestidos, ruas, móveis, paredes, faces... Quantas páginas de desgosto e mau gosto! Muitas delas eram puladas e o fim representava um alívio. O pior mesmo era a sensação provocada pela leitura de algumas poesias! Um verdadeiro prenúncio do apocalipse sem anestesia! Quanta força! Para quê? Quantos dispositivos de rima para o nada, o vazio! Palavras laxativas! Depois de várias tentativas, desisti das leituras e de tentar um diálogo com os amigos sobre o assunto. A reação deles era como se eu não tivesse entendido uma palavra sequer. Como entender o que não há para ser entendido? Era impressionante como eles conseguiam ler, decodificar e significar o texto no contexto. Uma mágica completa! Eu sempre me perguntava: Como? Onde estaria? Em qual linha eu perdi o fio? Anos depois, por surpresa da vida como oportunidade de trabalho, passei a frequentar a ABL, terra dos “gigantes” etéreos e vivos! Pensava comigo que lá conseguiria encontrar o “x” do desconforto. Doce ilusão! Meus sentimentos permaneceram!

Por outro lado, o raro conforto acontecia por meio de algumas poucas leituras: Escrituras Sagradas, Austen, Orwell, Thoreau, Bradburry, Huxley...

Por muito tempo fui tomada por este constante desconforto e raro conforto até que descobri, por intermédio de uma aula, o crítico literário F. R. Leavis. As descobertas neste autor foram fundamentais para a minha compressão sobre o papel da linguagem na constituição do ser humano e no desenvolvimento de sua mente e o porquê destes meus sentimentos em relação à leitura e poesia, questões sem respostas até o momento.

Leavis mostrou-me a chave na obra: a experiência. Esta é o fator determinante na condição para imersão e sensação de real naquilo que se lê. Um livro despido de experiência é como um corpo sem alma, vazio!

It is only by bringing our experience to bear on it that we can judge the new thing, yet the expectations that we bring, more or less unconsciously(...) The essential is that the words are servants of an inner impulse or principle or order; they are imperiously commanded and controlled from na inner centre. (LEAVIS, 1998, p.123)

Percebi que o conforto que sentia se relacionava àquelas leituras imbuídas de excelência divina, a experiência. Eu me conectava ao autor, à medida que a sua produção fosse uma expressão de sua experiência original. Experiência essa que se fazia mais significante em mim porque talvez eu já tivesse vivido, almejasse viver ou que me remetesse a uma genuína experiência alheia. Aí está um autor sublime, uma leitura sublime, uma obra sublime!

The relevantly words immediatly are ‘continuity' and ‘standards’. Standards relate to criteria, and are always changing. They are changed for subsequent creative writers and for critics by every grater writer; this is true of the vital changes – the changes in which vitality manifests itself. But continuity has meant that the surest insight into human nature, human potentiality and the human situation is that accessible in the great creative writers. They estabilish what human centrality is. They differ in timbre, but they all have genius, and their genius is capacity for experience and for profound and complete sincerity (wich goes in them with self-knowledge). He knows that, in the nature of things, he can´t attain to the completeness that is finality, and that some of his certitudes may be insufficiently grounded. But though words used in ordinary ways are felt as merely words, and can´t give the quality an sich that makes the immediate experience irresistible real, the nearest the perceively thinking individual gets to the certainly that he is grasping in direct possession significance itself, unmediated, is in the certitude that he has taken possession of the basic major perceptions, intuitions and realizations communicated with consummate delicacy to the reader in the mastering of the creativite wor of a great writer (LEAVIS, 1998, p.192).

Não é a forma, os padrões, o jogo de palavras, a quantidade de páginas, o teor das imagens, o final da obra, e sim a EXPERIÊNCIA na letra como expressão do vivido e do vívido.



Bibliografia
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: Edição Revista e Atualizada, 1993. Sociedade Bíblica do Brasil.

LEAVIS, F.R. The Critic as Anti-Philosopher: essays and papers. Elephant paperback ed. 1998.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Quando crescer, vou ser Arquivista!

A revista “Ciência Hoje das Crianças”, em sua edição de abril, apresenta na seção “Quando crescer, vou ser...” a profissão de Arquivista. Assinada por Sofia Moutinho, a reportagem entrevistou a professora Anna Carla Almeida Mariz, Diretora da Escola de Arquivologia da UNIRIO e o professor Carlos Blaya Perez, do Curso de Arquivologia da UFSM.

A revista “Ciência Hoje das Crianças” é uma publicação mensal do Instituto Ciência Hoje, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC.

I Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia

Um produto da I Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia foi a criação da Sociedade Arquivística, a qual influenciará e auxiliará pesquisas científicas no ramo da Arquivologia.

Segue o texto de Érica Montenegro postado no site da UnB sobre o assunto.

Pesquisadores em Arquivologia criam sociedade científica

Depois de três dias de encontro na Universidade de Brasília, professores, alunos e pesquisadores de Arquivologia de todo o país decidiram criar uma sociedade científica sobre o assunto. A 1° Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia terminou nesta quarta-feira, 9 de junho, com o compromisso assumido pelos participantes de aumentar a articulação entre os pesquisadores da área e fortalecer este campo do conhecimento.

Para elaborar as bases para a criação da sociedade científica foi criado um grupo de trabalho. Também foi criado um grupo de trabalho para encaminhar as questões pelativas à criação de um mestrado em Arquivologia. Os pesquisadores definiram ainda local e data da próxima Reunião Brasileira de Ensino e Pesquisa. Será em 2011 no Rio de Janeiro. “Foi muito importante para aumentarmos a articulação e prepararmos a criação dos cursos de pós-graduação na área”, avaliou Georgete Medleg Rodrigues, presidente da comissão organizadora do evento e professora da Faculdade de Ciência da Informação da UnB.

Atualmente existem 15 cursos de graduação em Arquivologia no Brasil, mas não há programas de pós-graduação na área. “Temos de defender as teses e dissertações em outras áreas do conhecimento, o que diminui a visibilidade da Arquivologia como ciência”, explicou a professora da UnB Angélica Alves da Cunha Marques. Desde a iniciação científica, ela estuda a produção científica sobre Arquivologia.

Em levantamento feito no portal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq), Angélica listou 77 dissertações e 10 teses que tiveram a Arquivologia como tema. “A maioria delas foi enquadrada dentro das áreas de História e Ciência da Informação”, explicou. “Precisamos fazer valer a recomendação do Cnpq que determina a criação de cursos de mestrados e doutorados na nossa área”, defendeu.

Professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), José Maria Jardim foi ainda mais contundente. “Estamos na periferia da periferia do conhecimento”, afirmou. “Mudar esta realidade depende da nossa articulação”, disse.

Na terça-feira, 8 de junho, ele apresentou levantamento que aponta a Ciência da Informação como 67° lugar no ranking de financiamento de pesquisa do Cnpq entre os períodos de 1998 a 2009. Para o órgão de fomento, a Arquivologia está dentro do campo da Ciência da Informação. “Para que a pesquisa em Arquivologia sobreviva precisamos mudar esta realidade”, completou.

PANORAMA - A sociedade científica, provisoriamente batizada de Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Arquivologia, vai organizar os grupos de pesquisa, dar visibilidade às teses e dissertações e promover eventos para os pesquisadores. “Historicamente é assim que os campos de conhecimento se estruturam, por isso estamos optando por este caminho”, explicou a professora Georgete Medleg Rodrigues.

O último encontro da área havia sido realizado há 14 anos. A semana foi financiada integralmente pela UnB, com recursos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FACE), Faculdade de Ciência da Informação (FCI) e dos decanatos de Graduação (DEG) e de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP). “Conseguimos trazer pelo menos um representante de cada curso do país, o que nos permitiu traçar um panorama nacional sobre o assunto”, comemorou Georgete.